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Você sabe o que são Fissuras Labiopalatinas?

A formação da face e da cavidade oral é de natureza complexa, onde distúrbios no crescimento podem resultar na formação de fendas orofaciais. Consideradas anomalias craniofaciais, são resultantes de fatores múltiplos com incidência de aproximadamente 1 em 700 recém-nascidos em todo o mundo, podendo variar de acordo com a área geográfica e a situação socioeconômica. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, por exemplo, estudos apontam para prevalências de fissuras orais em 0,47 por 1.000 nascidos vivos e de 0,48 por 1.000 nascidos vivos, respectivamente.

 

Embora sejam uma das malformações congênitas mais frequentes e tenham sido descritas pela primeira vez há quase dois séculos, sua etiologia não se encontra claramente estabelecida. Dentre os fatores ambientais, podem estar presentes o etilismo materno, tabagismo materno, e exposição a medicamentos pela mãe, como anticonvulsivante e corticosteroides, que parecem ter importante ação no mecanismo que interfere no desenvolvimento embriológico.

 

Essas fendas orofaciais distribuem-se principalmente em dois grupos: fenda labial (FL), com ou sem fenda palatina, e fenda palatina isolada (FP). Entretanto, outras fendas raras também podem ocorrer. A FL pode ser completa ou incompleta, unilateral ou bilateral, simétrica ou assimétrica e estar associada ou não à FP. Não é incomum os dentes, especialmente o incisivo lateral, estarem ausentes na área da fenda. Porém, dentes supranumerários podem ser observados. A FP mostra considerável variação em relação à gravidade, podendo envolver os palatos duro e mole ou apenas o palato mole. Sua menor manifestação é a úvula bífida

 

O tratamento do paciente com uma fenda orofacial é desafiador. O ideal deve envolver uma abordagem multidisciplinar, incluindo pediatra, cirurgião bucomaxilofacial, otorrinolaringologista, cirurgião plástico, odontopediatra, ortodontista, protesista, fonoaudiólogo, psicólogo e geneticista. A cirurgia reparadora geralmente envolve múltiplos procedimentos primários e secundários durante a infância, onde os tipos específicos de procedimentos cirúrgicos e a época em que são realizados variam de acordo com a gravidade do defeito e da filosofia seguida pela equipe.

 

Entretanto, o fechamento primário do lábio é geralmente realizado durante os primeiros meses de vida, seguido, posteriormente, pela correção do palato. Aparelhos protéticos e ortopédicos são com frequência utilizados para moldar ou expandir os segmentos da maxila antes do fechamento do defeito do palato. Na fase mais tardia da infância, enxertos ósseos autógenos podem ser colocados na região defeituosa do osso alveolar. Posteriormente, procedimentos ortognáticos, distração osteogênica e enxertos de tecido mole podem ser usados para melhorar a função e a estética.

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